vontade não obedece, segue e leva
dando a volta tão certeira
pra te encontrar
a mão logo
querendo tocar
o rosto, a nuca
palavra roda
vontade encosta
desencontro acorda
sonho com gosto de noite fresca
boca feita de vontade
de sede, de água
de gentileza
gosto da textura na ponta dos dedos
na borda dos lábios
sensação de esquecer
tudo mais em volta
e mergulhar na pele
pra perder
pudores, medos
rir dos tropeços
caindo mais um pouco
na conversa suave, discreta
da voz, da pele e dos pelos
de desacordar tantas vezes
sentindo
e perdendo também os sentidos
soltos todos
por aí
É bom rever tuas palavras desenhando belas imagens, moça.
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