19.2.15

o vento, o carnaval...





quando estou sozinha, o vento passa diferente entre as folhas. o atendente da padaria dando bom dia a uma senhora nos comove, um sorriso cúmplice com a pessoa sentada ao lado é inevitável, por um instante parece que não estamos tão tristes.

num desses momentos, uma xícara de café com leite pode preencher quase uma hora, pra estender a sensação de amparo do morno do leite tocando a pele mais sensível da boca.

todas as vozes ficam opacas, a imersão não deixa ouvir, todos estão tão perto e tão distantes.

no momento que desci as escadas, já queria voltar, deitar com você de olhos fechados e só sentir o peso do seu braço na minha cintura, pra sentir algo que me prenda aqui.

pra sentir algo.

mas parece que ultimamente tudo que faço é agir e sentir em descompasso.

...

e no turbilhão do carnaval, dos encontros e desencontros, o tempo nos dá um descanso numa mesa de amigos, numa taça de vinho, numa noite de dança.

a vida brinca com a gente, canta no nosso ouvido, tira um sarro da nossa cara e nos acaricia o ventre, nos dá uma volta e nos leva embora, beija nossas costas, nos segura forte... e numa conversa arrastada e leve, num suspiro fundo, no salto, estamos soltos de novo.


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